quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Contos da Cripta II - "Uma Hora"

Segue um post com valor mais sentimental que qualquer outra coisa. Nada de inusitado ou surpreendente aqui, senhores: só uma transcrição breve das memórias.

Moro em uma cidade litorânea, e boa parte das casas são de veranistas. Incluso aí os apartamentos de um condomínio vizinho à minha casa.

Em outubro de 1996, conheci os filhos dos vizinhos que haviam recém-adquirido o 1º apartamento do condomínio, Rominho e Guilherme. Tenho a felicidade de sermos amigos até hoje, aliás.

Como crianças e amigos, crescemos andando de bicicleta e, como não podia ser, jogando videogame (e futuramente outras doenças como Pokémon e Magic).

O Rominho tinha um Mega, e no fim daquele ano ganhei meu SNES com Super Mario World. Além disso, alugava também jogos no Seu Edson, a locadora que tinha por aqui. Como os dois tinham videogames diferentes, aproveitamos bem para jogarmos as exclusividades da época: Sonic, Mario, Donkey Kong, Vectorman e lá vai pedrada.

Meu quarto ficava (e fica) no segundo andar de casa, dando fundos pra "fronteira" com o condomínio, que é térreo. Aí que surgiu o "uma hora".

Consistia no seguinte: Cada um ia pra sua casa e, durante a hora seguinte, se dedicava a um jogo que tinha. Eu jogava Super Mario World e o Rominho Sonic 2, por exemplo. Naquele período, tentávamos superar nossos recordes pessoais, se aprimorando no joguinho e trocando informações durante as partidas.
Mas peraí: Estamos em 1997, não existiam celulares em profusão como hoje. Como dois moleques de 11~10 anos iam se comunicar entre casas vizinhas, sem gritar a tarde toda?



Isso mesmo, um telefone de lata, haha. Cada um ficava com seu bocal do lado, e trocava uma idéia de vez em quando.

Outras vezes, jogávamos os dois juntos na casa do Rominho mesmo, normalmente fazendo "uma vida cada um" no Sonic 2 de Mega. Nessas eu me fodia bonito, já que costumava morrer já na Green Hill Zone (sic?) 2 ou no segundo mundo, enquanto ele passava sem dificuldades até pelo menos a Chemical Zone 2... um chá de cadeira pra moleque nenhum botar defeito.

Esse lance de uma vida cada um é um troço que sinto falta hoje, aliás. Qualquer hora falo nisso.

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