quinta-feira, 11 de maio de 2017

Random Acess Memories - Master System e Primeiros Jogos

A função primordial deste blog sempre foi registrar as minhas lembranças sobre meu convívio com os jogos. Resenhas ilustradas, vídeos de gameplay e etc estão à profusão na Internet, e eu não tenho talento nem recursos para oferecer algo desse tipo.

Por isso, registro aqui algumas lembranças. São registros que servem mais para fim pessoal, de arquivo, do que efetivamente curiosidade a um eventual visitante, mas enfim, é muito mais prático digitar do que escrever num caderno, não é mesmo?

Como já dito várias vezes, meu primeiro videogame foi um Master System II (Alex Kidd na memória!), que ganhei no meu aniversário de 6 anos, em julho de 1992.

Na época, minha irmã mais velha (13 anos) tinha uma amiga de escola que tinha um Mega Drive com Sonic, e era fissurada pelo jogo.

Sempre tivemos uma vida confortável, felizmente, mas imagino que meus pais tenham escolhido o Master System ao invés do Mega pela questão financeira e um aspecto bem prático: que diferença isso faz para um garoto de 6 anos? Pra quê gastar o dobro?

Não os culpo: ao contrário, só tenho o que agradecer, cresci com tudo que podia ter (e muito mais que mereci) na vida, e os anos com o Master e os outros videogames "paitrocinados" foram fantásticos. 
 
 No mais,  eles tinham toda a razão, não fazia sentido gastar uma nota com uma criança em um brinquedo que, no fim, servia para o mesmo fim.

Enfim, ganhei o aparelho, e além do Alex Kidd na memória, me recordo de outros itens, aí não sei se adquiridos juntos ou ganho imediatamente depois (dia das crianças?). Eu honestamente não me recordo se eu escolhi algum desses jogos, ou minha mãe me trouxe em casa: tomando como referência compras posteriores, o mais provável é que eu tenha acompanhado ela ao Hipermercado Vitória e escolhido as caixas à dedo (literalmente) lá. Enfim, segue lista e provável explicação:

- Shapes and Columns: Pois é, o jogo das pecinhas. Por que uma criança de 6 anos ia querer isso, meu Deus?

Simples: por que eu era uma criança besta, haha. Daquelas que se achava muito esperta a todo mundo por ter decorado meia dúzia de capitais do mundo. Vaidade, eis que é tudo vaidade, já diria o Eclesiastes.

Mas enfim, o jogo é muito bom, claro, apesar do tamanho minúsculo das pecinhas. Como eu era fã do Senna, adorava jogar um modo meio "time attack" cujo o cenário de fundo era uma pista de corrida. Também jogava em 2p com a minha irmã em um cenário modelado com pastilhas, que singelamente apelidei de "banheiro".

- Blade Eagle 3D (e Óculos 3D!!!): Olhando a capa do Blade Eagle 3D, não é difícil entender porque o jogo chamou atenção: naves espaciais! tiros! monstros! e a tecnologia 3D!!!!

No fim, acabei tungando os óculos 3D, coitados dos meus pais, devia ser caro pra porra. Tudo isso para não usar nunca: além do efeito ser, sejamos honestos, bem decepcionante, os óculos davam uma dor de cabeça do cão.

Assim, eu acabava jogando sem os óculos mesmo, vendo tudo em dobro. Mas adorava o jogo, a musiquinha da primeira fase (estou assoviando AGORA), etc. Minha irmã também curtia (ela sempre gostou de jogos de navinha), e lembro de um detalhe legal/irrelevante: sempre colocavamos a TV (uma catorze polegadas que ficava no teto do quarto dos meus pais, estilo TV de hotel) em preto e branco para jogar na segunda fase, que tinha um fundo azulão que dava dor nos olhos da porra também.

Acabei não comprando mais nenhum jogo para os Óculos 3D nos quatro anos que fiquei com o Master. Ironicamente, é o único item "original" da minha coleção que mantive, com uma perna colada com superbonder e lente quebrada ao meio, já que todo o resto foi doado pela minha mãe pros meus primos quando ganhei meu Super Nintendo, no Natal de 96 (chorando muito nesse processo).

Todo o resto não: também sobrou um acessório, que eu acredito ter comprado junto, o

Rapid Fire: Enquanto eu escrevia esse post, lembrei do Rapid Fire, o acessório para transformar o controle normal do Master em controle turbo, além da lembrança da "caixinha" dele (uma tira de papelão com plástico transparente envolvendo-o, estilo brinquedo vagabundo de camelô).

Provavelmente comprei por ser barato (aliás, primeira lembrança que tenho dele é essa, que era BARATO. Se era mesmo não sei, mas me ressoa como se custasse, sei lá, dez reais, enquanto um jogo custava setenta). Também ajudava bastante no Blade Eagle 3D, permitindo o tiro automático.

O lance é que o Rapid Fire da tectoy não tinha as chavinhas de liga/desliga, deixando os dois botões sempre no modo turbo. E isso era UMA BOSTA pros jogos de plataforma, já que deixava o pulo "baixinho". No Alex Kidd, era legal só para usar com o anel no chefe touro ou no ursão da fase da floresta, po rexemplo, e ruim demais o resto do tempo, rs.

Enfim, era isso, algumas lembranças da época. Outras muito fortes que deu vontade de registrar agora:

Pistola Light Phaser: Eu SEMPRE quis a pistola do Master System, por razões que vocês podem imaginar e são bem óbvias para uma criança de seis anos. Mas nunca tive, porque meu pai detestava a idéia de dar uma arma de brinquedo. Anos depois, comprei um revólver de espoleta e  bolinha escondido, e em uma BRINCADEIRA de tiroteio acabamos acertando o irmão mais novo de um amiguinho e deu uma merda desgraçada, como vocês podem imaginar. Só fui ter a pistola quando recomecei a comprar os jogos e colecionar, lá por 2004.

Um parêntese: corretíssimo, o meu pai. Também não gostaria de incentivar meu filho a fetichizar armas de fogo, ainda mais nos dias de hoje.

Televisão: Na época, nossa casa tinha 02 (duas) tvs, um luxo: Uma de 20 polegadas que ficava na sala, com antena parabólica (eu era viciado em Aqui Agora, pra desespero dos meus pais, e em Emergência 911), e uma 14 polegadas só com a "espinha de peixe" (ou seja, RBS) que ficava no quarto dos meus pais, no teto, próxima à porta, em um daqueles suportes que eram comuns em consultórios, quartos de hotel e etc.

Essa TV tinha uma única saída RF, aonde ficava a antena. Então,  toda a vez que eu queria jogar, tinha de instalá-la, e creio que quem passou por isso lembra bem de aparafusar os cabinhos em forma de gancho da caixa TV/GAME com uma faca.

Assim, jogava sentado na cama dos meus pais, olhando para cima o tempo todo, já que o fio era curto pra deitar. Deu até pra sentir a dor no pescoço de novo enquanto escrevia esse post.